Após Labioplastia que deu errado: existe tratamento para reconstruir os pequenos lábios?

Após Labioplastia que deu errado: existe tratamento para reconstruir os pequenos lábios?
Dr. Ricardo Kruse
Médico e cirurgião plástico com foco em todos os tratamentos e especialmente na cirurgia íntima: Dr. Ricardo Kruse, CRM-CE 11703 / RQE 6109
Criação: 23 mar 2021 · Atualização: 24 mar 2021
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Para tirar todas as dúvidas, entrevistamos o Dr. Ricardo Kruse, especialista em Cirurgia Plástica e Íntima. Em seu consultório particular em Fortaleza, ele trata de diferentes queixas, muitas delas sobre os pequenos lábios vaginais. Uma das operações que mais realiza é a Labioplastia e, abaixo, ele detalha o que as pacientes devem saber se desejam reconstruir sua área íntima após uma cirurgia.

 É possível refazer uma Labioplastia?

Sim, é possivel; embora o termo correto seria reparar uma Labioplastia ou realizar uma nova Labioplastia, pois “refazer” propriamente infelizmente é impossível uma vez que nunca conseguiremos retornar ao estágio original do caso e então fazer a cirurgia da forma que deveria ter sido realizada logo na primeira vez. Por isso recomendo sempre que as pacientes certifiquem-se da capacidade técnica do seu cirurgião além de quaisquer títulos que ele possa ter.

Como funciona o tratamento?

O tratamento vai depender exatamente do que é a queixa da paciente ou do problema que ela apresenta. E a combinação desses fatores associado às características anatômicas indivuduais de cada paciente pode gerar uma infinidade de quadros a serem tratados ou corrigidos. Por isso, não existe “receita mágica” que sirva para todos os casos. Ainda assim, podemos dividir as cirurgias secundárias em complementares ou reparadoras.

As cirurgias complementares podem ser realizadas geralmente em um só tempo cirúrgico, pois nada mais são do que completar algum detalhe que ficou de fora na primeira cirurgia; são a minoria dos casos. Já as cirurgias reparadoras são as mais complexas e desafiadoras, tanto para o cirurgião especialista quanto para as pacientes, pois requerem cuidados pós-operatórios redobrados e às vezes mais de um tempo cirúrgico para corrigir o problema completamente devido ao grau de complexidade do defeito. Por isso, sempre recomendo que esteja claro para o cirurgião qual é o desejo da paciente e também que fique claro para a paciente se suas espectativas pode ser atendidas pelo cirurgião. Em caso de negativa por qualquer uma das partes, desencorajo o procedimento.

É possível reconstruir com uso de hormônios? (se não for respondido acima)

Não, infelizmente.

Qual o tempo de espera entre a primeira cirurgia e o tratamento para reconstruir?

O processo completo de cicatrização ocorre ao término do primeiro ano de pós-operatório, período que seria o ideal para se realizar a cirurgia tendo-se como objetivo o maior grau de refinamento possível no resultado. Isso não quer dizer que teremos de esperar todo esse tempo para realizar uma nova cirurgia. No entanto, até findar este processo, a pele da região ainda pode estar apresentando algum inchaço e assim camuflar algum detalhe que só aparecerá ao final de um ano. Valendo lembrar que qualquer alteração de peso neste processo (principalmente perda de peso importante) pode gerar alterações no resultado. Nos casos em que os defeitos ocasionados pela primeira cirurgia causem perda de função e da qualidade de vida da paciente, estes já podem ser operados a partir de 3 meses de pós-operatório, a depender da evolução do processo de cicatrização no dia da avaliação. Seis meses de pós-operatório é um tempo razoável para se esperar e é o intervalo que mais utilizo para operar as pacientes que me procuram.

A Labioplastia secundária é normalmente feita por razões funcionais, estéticas ou combinação das duas?

Geralmente as duas, embora a procura por questões estéticas seja frequentemente a mais comum.

Quais exames precisam ser feitos antes do tratamento e da cirurgia?

O “exame físico” é o principal exame a ser realizado antes da cirurgia. Ou seja, uma avaliação detalhada do caso no momento da consulta, levantamento das queixas da pacientes, dos sinais, sintomas e das suas expectativas e então o planejamento cirúrgico. Outros exames seriam os pré-operatórios de rotina; exames de sangue, urina, eletrocardiograma e RX de tórax e outros que se façam necessários a partir de algum dado clínico na consulta que chame a atenção, a serem avaliados caso a caso.

 Existe contra-indicação?

A principal contra-indicação seria a perspectiva de não atender às expectativas da paciente, já sofrida por um procedimento prévio de insucesso. Outras contra-indicações seriam a falta de condições clínicas da paciente no momento da consulta pré-operatória ou nos resultados dos seus exames ou até mesmo no dia da cirurgia antes de entrar no centro cirúrgico.

Há pacientes que levam fotos e pedem exatamente aquele resultado? O que você diz a elas?

Eu costumo fazer uma analogia da região íntima feminina com as impressões digitais: embora existam alguns padrões básicos que fomos capazes de identificar ao longo da nossa experiência cirúrgica, cada uma é única nas suas particularidades, o que dificulta uma promessa de resultado em casos como esses. Claro que avalio a foto, tento identificar pontos em comum da anatomia na foto com a anatomia da paciente e nesses casos algumas possibilidades de resultados baseados nos seus desejos e expectativas. Prefiro mostrar casos operados por mim (para o que tenho autorização escrita das minhas pacientes para este fim) cujas anatomias se assemelhem a da paciente em questão, com o simples objetivo de que ela possa ter uma noção do que pode ser feito no seu caso.

Qual o preço em média de uma reconstrução?

Infelizmente somos proibidos de informar valores dessa forma, mas principalmente vai depender do que precisa ser realizado. Costumo brincar rebatendo com outra pregunta: “quanto custa para consertar um carro?” No entanto, uma cirurgia secundária reparadora custa em geral mais caro do que uma cirurgia primária. Por isso que reforço sempre que às candidatas a uma cirurgia íntima certifiquem-se da capacidade técnica do seu cirurgião acima de tudo!

Dr. Ricardo Kruse é Especialista em Cirurgia Plástica pelo Instituto Dr. José Frota e pós-graduado em Ginecologia Estética Funcional e Cirurgia Genital Cosmética Feminina pela Universidade de Barcelona (UB), na Espanha.

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