Cirurgia estética para evitar o bullying escolar?

Cirurgia estética para evitar o bullying escolar?
Formada em Publicidade e Propaganda, desde que me formei, sempre fui apaixonada pelas redes sociais, sou redatora há mais de 10 anos, com experiência no setor da medicina estética.
Criação: 5 jan 2018 · Atualização: 30 set 2021
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A cada dia que passa estão mais presentes nos meios de comunicação as notícias de bullying escolar.

O bullying escolar sempre existiu, mas de um tempo para cá tem se tornado cada vez mais forte. Crianças e adolescentes que cometem o bullying não necessitam de muitos motivos para rir e humilhar suas vítimas. Na maioria dos casos, questões relacionadas ao aspecto físico estão entre as causas mais frequentes das piadas de mau gosto.

A presença de crianças com sobrepeso, com orelhas grandes, e com manchas de nascimento, por exemplo, sempre foi comum. Em grande parte dos casos, elas cresceram sem enfrentar muitos problemas com isso. Porém, agora muitos pais têm medo de que seus filhos possam ser vítimas de bullying por algo normal, como ter as orelhas afastadas da cabeça.

Em função disso, registrou-se um grande crescimento de cirurgias plásticas em menores de idade nos últimos anos. Não somente em adolescentes, mas em crianças também. Os pais se preocupam com seus filhos e por isso buscam solucionar certos "defeitos" físicos, inclusive antes de iniciar o período escolar dos pequenos. O intuito é justamente evitar possíveis situações de bullying.

As cirurgias plásticas para evitar o bullying escolar são aconselháveis?

Especialistas em medicina estética destacam que certas intervenções podem ser realizadas em crianças e adolescentes, inclusive nos primeiros anos da infância. No entanto, normalmente aconselham que não sejam os pais os responsáveis por decidir se o filho deve ou não passar por uma cirurgia. Ao contrário, recomendam que a ideia de solução parta da própria criança.

Como ocorre com todas as cirurgias que envolvem menores de idade, os profissionais costumam oferecer aos pais todas as informações relacionadas ao processo, como durante o pré, e durante o pós-operatório.

Cabe destacar que a decisão deve ser tomada sempre com muita calma e realmente fundamentada no interesse de ajudar a criança, a fazer com que seu processo de socialização seja simples e sem traumas. Nunca se deve submeter um filho a uma intervenção estética por mero capricho de seus pais.

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Conheça as cirurgias estéticas mais buscadas para crianças

A cirurgia estética mais buscada por pais para os filhos é a otoplastia, a qual tem como objetivo corrigir as orelhas afastadas da cabeça, conhecidas como orelhas de abano. Se trata de uma operação bastante simples e de rápida recuperação. É pouco invasiva e por isso pode ser realizada em crianças a partir dos 5 anos de idade.

Os especialistas inclusive recomendam que a otoplastia seja feita ainda quando a criança é pequena, já que isso propicia o desenvolvimento correto das orelhas durante o crescimento. Isso porque ao redor dos 5 anos a cartilagem já está bem desenvolvida. Ou seja, ainda que o corpo e as orelhas continuem crescendo, a cirurgia não se coloca como um obstáculo durante o processo de desenvolvimento da criança.

Outra operação muito demandada para as crianças é a rinoplastia. Em casos assim, entretanto, especialistas recomendam esperar até a idade adulta. A partir dos 15 anos, geralmente o nariz está mais desenvolvido e mais perto do seu tamanho definitivo. Cabe destacar que em crianças a rinoplastia somente está recomendada em casos graves de rinomegalia ou em situações de má formação.

Cirurgias em adolescentes

A adolescência se trata de uma época difícil. Porém, os adolescentes de hoje em dia são constantemente bombardeados com a falsa ideia de que devem ter um corpo "perfeito" para poder triunfar, o que acaba desencadeando muitos complexos.

Em alguns casos, por exemplo, pode ocorrer o bullying com meninas muito magras, ou ao contrário, que se encontram acima do peso. Em situações assim, no entanto, não existe razão para que haja uma intervenção cirúrgica de remodelação do corpo.

À medida que crescemos, devemos ir desenvolvendo ferramentas para poder afrontar problemas assim. Além disso, é preciso ensinar aos adolescentes que a autoestima deles não pode ser afetada pela opinião crítica dos demais.

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Uma intervenção cirurgia realmente é necessária?

Em função da idade que tenha o menor, os pais podem tratar com ele sobre a possível correção de algum aspecto físico que esteja lhe causando problemas. Porém, sem sombra de dúvidas, o mais recomendável é contar com a ajuda de um especialista em medicina estética.

Avaliações física e psicológica da criança é que determinarão se a operação estética pode significar benefícios. Do contrário, não resultará em algo positivo.Em todo caso, aliás, a criança deve se mostrar partidária em se submeter a uma intervenção. Caso isso não ocorra, o melhor é não seguir adiante com a ideia, pois pode haver traumas. A criança pode entender que o seu aspecto físico não agrada aos pais.

Corrigir defeitos, não percepções

Entrar em uma sala de cirurgia sempre envolve certos riscos, os quais podem ser ainda maiores quando se trata de crianças e adolescentes. Por isso, especialistas recomendam limitar ao máximo as intervenções de tipo estético. Sugerem que somente sejam tratados os casos nos quais o problema possa causar danos físicos ou psicológicos.

Um nariz extremamente deformado, por exemplo, pode atrapalhar no desenvolvimento social da criança, a tornando vítima, inclusive, de bullying escolar. Também pode ser motivo de inseguridade de estar em público. Em casos assim, uma intervenção pode ser a melhor solução.

Entretanto, no caso de meninas que não se sentem confortáveis com o tamanho dos seios ou com o peso, por exemplo, se trata mais de uma percepção, que faz com que o caminho seja buscar alternativas que não passam pela cirurgia. Em situações desse tipo se conseguem melhores resultados quando se trabalha a autoestima e a autoconfiança da menor.

Vivemos em uma sociedade na qual o culto ao corpo se converteu em uma obsessão para muitas pessoas. Isso tem feito com que cresça o número de adolescentes que buscam a solução em cirurgias estéticas desnecessárias, as quais, inclusive, podem afetar o desenvolvimento normal.

Está claro que ninguém quer que seus filhos sofram bullying. Porém, como sociedade, deveríamos buscar alternativas com ênfase em corrigir as condutas de quem pratica o abuso, ao invés de tentar solucionar o problema de crianças por meio de intervenções cirúrgicas e tratamentos estéticos desde cedo.

Dra. Mariana Fernandes Zalli
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