Cirurgia pós-bariátrica: definindo um novo contorno corporal
Entre em contato com clínicas Verificadas que podem realizar o tratamento.
A cirurgia da obesidade oferece grandes benefícios ao paciente que luta contra o excesso de peso, como a melhora na qualidade de vida, o controle de doenças associadas e o aumento da autoestima. Porém, depois desse processo de emagrecimento, muitos pacientes buscam uma cirurgia plástica para corrigir o contorno corporal e conquistar um físico compatível com a nova realidade.
Eliminar o excesso de pele, reposicionar a musculatura e melhorar a flacidez são os pontos trabalhados na cirurgia pós-bariátrica, intervenção que vem sendo cada vez mais procurada por quem perdeu grande quantidade de peso. Trata-se de uma cirurgia que requer uma avaliação minuciosa do histórico do paciente e um acompanhamento personalizado durante o pós-operatório.
Em entrevista para o Cirurgia.net, o Dr. Eduardo Passamai, que trabalha há mais de 7 anos com cirurgia pós-bariátrica, explica todas as fases da intervenção e como é o atendimento ao paciente. Acompanhe.
Cirurgia.net: Quem é um bom candidato à cirurgia pós-bariátrica e em que casos a intervenção não é indicada?
Dr. Eduardo: Basicamente, todo paciente submetido a um grande emagrecimento será um forte candidato à realização de cirurgias plásticas, seja na região do abdômen, mamas, braços e pernas, ou mesmo na face. Não indicamos a cirurgia em pacientes que ainda apresentam necessidade de emagrecimento, ou seja, aqueles que ainda não atingiram a meta estipulada e considerada adequada pelo cirurgião do aparelho digestivo.
Pacientes com risco cirúrgico elevado são encaminhados a uma avaliação clínica para classificar a real necessidade de uma intervenção cirúrgica.
Pacientes que são encaminhados ao nosso serviço e que fizeram a bariátrica há menos de 2 anos devem apresentar uma carta de autorização do cirurgião do aparelho digestivo. Caso contrário, a cirurgia não é realizada.
Cirurgia.net: Como lidar com a expectativa do paciente em relação ao resultado final?
Dr. Eduardo: Quando um paciente entra em nosso consultório, explicamos de forma detalhada nossa possibilidade de sucesso quanto ao caso específico, assim como as cicatrizes e seus posicionamentos. Entregamos ao final da consulta uma pasta com todas as explicações sobre o procedimento e os termos de consentimento pós-informado.
O paciente pode ler o conteúdo com calma e anotar qualquer dúvida que ainda possa existir, em tempo hábil de ser sanada por nossa equipe. Desta forma, as expectativas no pós-operatório são as melhores e mais reais possíveis.
Acreditamos que o mais importante é sempre falar de maneira clara e verdadeira, deixando o paciente sem dúvidas em relação ao procedimento.
Cirurgia.net: Durante a consulta, quais são as principais dúvidas dos pacientes e como transmitir a segurança necessária?
Dr. Eduardo: As dúvidas mais comuns são se o plano paga todas as cirurgias e por quanto tempo o paciente deverá ficar de repouso. A segurança deve ser transmitida desde o primeiro contato, falando sempre a verdade de maneira clara e objetiva.
Por exemplo, quando perguntam sobre o plano de saúde custear a cirurgia, explico que, conforme as normas da Agencia Nacional de Saúde Complementar (ANS), é autorizada a realização de dermolipectomia (retirada de pele do abdômen) em paciente com grande perda ponderal, que fizeram ou não cirurgia bariátrica e que possuem abdômen em avental.
Mantenho a normativa sempre à mão e mostro ao paciente. Informo que as demais cirurgias, como mama, braço e pernas, não possuem cobertura pelos planos de saúde. E, ainda, caso o paciente não se enquadre nas normativas da ANS, nem mesmo a cirurgia de abdômen é autorizada.
Desta forma explicativa, além de toda nossa reputação, o paciente percebe que estamos juntos realizando naquele momento seu plano cirúrgico e, que se houver possibilidade, parte de sua cirurgia será custeada pelo plano de saúde. Acredito que esta também seja uma forma de transmitir segurança ao paciente, falando a verdade.
Cirurgia.net: Que acompanhamento especial o paciente deve ter no pós-operatório?
Dr. Eduardo: Em nosso serviço, acompanhamos o paciente de 6 a 12 meses no pós-operatório. Nas primeiras semanas, contamos com uma profissional que está à disposição do paciente para realização de drenagens linfáticas, asseio corporal e trocas de curativos em sua residência, facilitando bastante o pós-operatório imediato.
Acompanhamos o paciente em nossos consultórios semanalmente, realizando a retirada de pontos e curativos, até a sua completa reabilitação. Desta forma, e aos poucos, preparamos de maneira gradativa o paciente para seu retorno ao meio social.
Cirurgia.net: As técnicas de cirurgia pós-bariátrica avançaram durante os últimos anos? Quais foram os principais benefícios para o paciente?
Dr. Eduardo: Estudamos muito sobre a parede abdominal e apresentamos publicações no exterior. Desta forma, conseguimos realizar de uma maneira mais rápida o uso de técnicas já consagradas pela cirurgia, geral e plástica, conseguindo um melhor resultado funcional e estético para os pacientes.
Utilizamos inúmeras técnicas e, muitas vezes, uma completa a outra em determinados momentos da cirurgia. Hoje estamos prestes a descrever uma nova forma de manter a aproximação da parede abdominal, técnica utilizada em outras cirurgias e que foi adaptada à cirurgia plástica. Devemos realizar essa publicação em 2016.
Cirurgia.net: Que avanços o doutor acredita serem necessários ainda nessa área?
Dr. Eduardo: A cada instante estamos descobrindo algo novo, ou mesmo, adaptando uma técnica consagrada em uma área cirúrgica para outra área. É importante para o paciente que existam avanços, mas a cirurgia plástica retomou técnicas um tanto já esquecidas e estas foram "reintroduzidas" para o tratamento dos pacientes pós-bariátricos. Tenho certeza de que muita coisa nova ainda virá com o passar do tempo.
Contatar
